Quando identificada, a calvície feminina pode gerar diversos sentimentos nas mulheres. Como ansiedade, depressão, baixa autoestima e mudanças de comportamento. Afinal, o cabelo ajuda a expressar a personalidade e o estilo próprio ¹.
Além disso, o cabelo desempenha um papel protetor contra raios solares UV e o frio. Mas, não precisa se preocupar: a queda de cabelo não impacta a saúde física de modo geral ¹.
Mesmo sem causar prejuízos à saúde do corpo, a perda de cabelo progressiva precisa ser diagnosticada corretamente para iniciar o tratamento o mais rápido possível. Até porque, ela tem diversas causas, como doenças e infecções. Quanto mais rápida a identificação dos problemas, maiores são as chances de minimizar ou curar esse processo.
Você tem dúvidas sobre o que é calvície, as principais causas da queda de cabelo e qual o melhor tratamento para calvície feminina? Aproveite este guia completo e entenda mais sobre esse assunto!
O que é calvície feminina?
A calvície feminina, chamada cientificamente de alopecia androgenética, é caracterizada pela falta, rarefação ou queda de cabelo. Ela pode atingir uma ou mais regiões do couro cabeludo ¹.
O termo alopecia é derivado do grego “alopekía”, que significa “pelada”. Ele tem origem da palavra “alópex”, que significa a queda de pelos que o animal sofre ao longo da sua vida ¹.
A alopecia androgenética feminina (AAF) pode surgir em qualquer idade da mulher, mas, é mais comum que ela se desenvolva no período pré-menopausa, a partir dos 40 anos. Porque é nessa fase que o nível de estrogênios é reduzido, dando início ao estágio androgênico ¹.
Calvície feminina x masculina
Há semelhanças entre o que é alopecia feminina e masculina. Porém, alguns fatores são distintos, como idade de início, taxa de progressão e padrão de desenvolvimento ¹.
Uma característica encontrada em consultórios de dermatologistas é que as mulheres costumam buscar tratamento antes da aceleração da perda de cabelo sobre a coroa, diferentemente dos homens, que demoram mais ¹.
A idade de início da calvície feminina é posterior à masculina ¹:
- 12% das mulheres desenvolvem alopecia por volta dos 29 anos;
- 25% aos 49 anos;
- 41% aos 69 anos;
- 50% apresenta sinais aos 79 anos.
Apenas 43% das mulheres com mais de 80 anos não apresentam sinais de alopecia androgenética.
Outro fator que diferencia a alopecia androgenética nas mulheres e nos homens é o padrão de desenvolvimento da doença. Geralmente, a calvície feminina é frontal, sem ter calva, podendo atingir a coroa da do couro cabeludo. Já nos homens, ela afeta mais as áreas frontais, laterais e na coroa da cabeça ¹.
Como funciona a alopecia androgenética feminina?
A AAF é definida cientificamente por ser a redução gradual do folículo piloso e a alteração da dinâmica do ciclo do cabelo ².
Isto é, ao passar dos anos, a duração da fase anágena (crescimento) é reduzida, enquanto a telógena (descanso) aumenta. A fase anágena é responsável pelo comprimento dos fios. Logo, quem possui fatores genéticos da calvície, aos poucos, tem o nascimento de cabelo mais curto do que o anterior, de forma progressiva ².
O período de latência (descanso) entre o cabelo telógeno e o anágeno fica cada vez mais longo, deixando o couro cabeludo mais aparente devido à falta de fios ².
Portanto, a alopecia feminina é uma doença hereditária feminina, que tende a evoluir com o passar do tempo. A velocidade depende diretamente do histórico familiar e a presença ou ausência de distúrbios hormonais ².
Tipos de alopecia
A alopecia pode ser classificada em dois grupos ¹:
- cicatricial: o que predomina é a lesão na fibrose do folículo piloso, como as lesões causadas por medicamentos, tratamentos e queimaduras, por exemplo.
- não cicatricial: a mais conhecida é justamente a alopecia androgenética, que gera queda acelerada dos fios e danos no folículo piloso (miniaturização do folículo por questões hormonais).
Principais causas da queda de cabelo
As causas da alopecia androgenética são exclusivamente hereditárias e hormonais. Ela é o tipo mais comum de queda de cabelo feminina e masculina: cerca de 90% das reclamações de perda de fios são devido a ela ¹.
Outros tipos de alopecia podem ser manifestados devido a fatores externos, como queimaduras, químicas de tratamentos e medicamentos, infecções por fungos, entre outros ¹.
Além disso, a alopecia pode se desenvolver por estresse psicológico, hipertensão artificial, diabetes mellitus, vício em tabaco, sedentarismo, anemia, falta de determinadas vitaminas e minerais, uso constante de produtos químicos como tinturas e alisamentos, hábito de usar rabo de cavalo ou fazer tranças etc ¹.
Mas, como funciona a progressão da calvície feminina? Quais as causas da alopecia androgenética?
Em suma, os mecanismos detalhados que acontece a herança genética da AAF não foram totalmente esclarecidos por pesquisas científicas. A testosterona é o principal hormônio desencadeador da alopecia androgenética. Por isso, ela acomete mais homens do que mulheres ¹.
Nas mulheres, a testosterona é produzida nos ovários e nas glândulas supra-renais. Com o passar dos anos, durante o processo de envelhecimento, os andrógenos femininos ficam mais fracos, dando maior espaço ao hormônio predominantemente masculino, o que pode manifestar a queda de cabelo excessiva, caso tenha predisposição genética ¹.
É importante destacar que a alopecia precisa ser investigada de forma adequada, pois pode haver outras causas envolvidas na queda de cabelo, como problemas de tireóide, eflúvio telógeno, desequilíbrio hormonal, uso de anticoncepcional, pós-parto e menopausa ².
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Como saber se meu cabelo está caindo?
Há alguns sintomas que podem ser observados no começo da manifestação da calvície feminina, como ¹:
- fios ficando mais finos na região frontal ou superior da cabeça;
- cabelo mais frágil, quebradiço, com pouco volume e crescimento lento;
- rarefação difusa com couro cabeludo mais aparente;
- redução da densidade capilar;
- diversidade no diâmetro dos fios;
- pontos amarelos.
Caso perceba a progressão desses sinais, procure um dermatologista para realizar o diagnóstico correto e descartar outras causas. Além do exame físico, é possível descobrir a alopecia feminina por meio de avaliações como a dermatoscopia, exames laboratoriais, biópsias do couro cabeludo etc ¹.
Tratamento para calvície feminina
A calvície feminina tem cura? Por ser uma doença genética, ela não tem cura. Mas possui diversos tratamentos que podem retardar a progressão da queda de cabelo ou resolvê-la, como o transplante capilar ¹.
Lembramos que antes de iniciar o tratamento para aprender como lidar com a calvície, é extremamente necessário consultar um médico para identificar o tipo de alopecia ¹.
O tratamento é individualizado, pois leva em conta características como idade, tempo de evolução, expectativas de cada mulher, histórico familiar e de saúde, entre outros aspectos ².
O tratamento para calvície feminina, geralmente, se baseia em quatro objetivos ¹:
- prevenir a evolução da alopecia;
- estabilizar o processo de miniaturização do folículo piloso;
- reverter esse processo que danifica o folículo;
- aumentar a densidade do cabelo.
Sem o tratamento adequado, a alopecia androgenética pode ter um percentual de 5% por ano de redução dos fios ¹. Por isso, vamos descobrir quais opções têm sido mais recomendadas por especialistas? Veja abaixo!
Como lidar com a calvície?
O tratamento da alopecia androgenética pode ser feito de duas formas: tópica e sistemática. O mais comum deles é o uso de dois medicamentos: finasterida e minoxidil ¹.
A finasterida apresenta ótimos resultados em homens, porém, para as mulheres, os especialistas não chegaram a um consenso. Ela é um inibidor da enzima 5α- redutase tipo 2, reduzindo em ⅔ a transformação da testosterona em DHT ¹.
Esse medicamento é contraindicado para mulheres em idade fértil, gestantes e lactantes. Já em mulheres que estão na fase pós-menopausa ou possuem síndrome dos ovários policísticos, ele apresenta bons resultados, com menos efeitos colaterais ¹.
Já o minoxidil é utilizado de forma tópica, com aplicação local. O lado negativo desse remédio é que ele precisa ser utilizado a longo prazo para ter resultados efetivos. Caso a pessoa pare de usá-lo, o cabelo volta a cair com maior velocidade e todo o progresso é perdido ¹.
O minoxidil é um vasodilatador indicado para hipertensão arterial. Para a AAF, ele contribui para o aumento da proliferação e diferenciação de queratinócitos foliculares, estimulando a fase anágena (crescimento) dos fios. Isso aumenta a densidade capilar e reduz a queda de cabelo ¹.
Tratamentos alternativos para alopecia feminina
Além dos fármacos, mulheres que apresentam calvície investem em outros tratamentos alternativos, como o laser de baixa potência, o microagulhamento, a carboxiterapia e a terapia à base de extratos orgânicos ¹.
Geralmente o uso de formas não farmacológicas é recomendado para quem não pode usar os remédios ou não teve sucesso com a utilização deles ¹.
Conheça algumas opções disponíveis para tratar a AAF.
- Plasma Rico em Plaquetas (PRP): ajuda na proliferação e diferenciação celular, reparando e regenerando a área afetada. A injeção local de PRP tem como finalidade aumentar a quantidade e a espessura dos fios ¹.
- Carboxiterapia: aplicação de gás carbônico no tecido subcutâneo para gerar a vasodilatação local, aumentando o fluxo vascular e a pressão de oxigênio. A ideia é promover um processo inflamatório na área afeta para formar novos vasos sanguíneos e melhorar a nutrição das células e estimular o crescimento de cabelo ¹.
- Laser de Baixa Frequência (LBF): acredita-se que o laser estimula os mecanismos das células do folículo piloso, aumentando o crescimento dos fios e diminuindo a inflamação. Ainda não há consenso sobre a melhor forma de aplicação do laser, se deve ser por luz contínua ou pulsada ¹.
- Terapia à base de produtos naturais: os extratos lipídicos Serenoa repens e Pygeum africanum apresentam mais segurança e poucos efeitos colaterais na libido feminina e masculina. Pesquisas sobre eles estão sendo realizadas ¹.
- Massagem no couro cabeludo: é indicada para complementar o tratamento. Ela ajuda a aumentar o fluxo sanguíneo local e estimular a eliminação de toxinas ¹.
- Microagulhamento: é a aplicação de cilindros com agulhas que atingem cerca de 1,5mm de profundidade no couro cabeludo. A técnica de MMP® (microinfusão de medicamentos pela pele) gera a infusão de medicamentos ².
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Como disfarçar a calvície feminina?
Além de cortar o cabelo de modo diferente e usar os fios mais longos para “esconder” a calvície, pode ser feita a cirurgia de transplante de fios. Mas, como é feito o transplante capilar?
O processo de transplante acontece com a colheita de folículos capilares da região cervical, atrás da cabeça, onde o cabelo é mais denso e as raízes apresentam maior qualidade ³.
É importante entender que o sucesso dessa cirurgia depende da densidade e da qualidade do cabelo a ser transplantado. Um estudo observou que o cabelo crespo cobre e protege mais o couro cabeludo do que outros tipos, atingindo uma densidade e um resultado estético melhores ³.
Afinal, o cabelo cacheado permite mais opções de penteado e já possui uma ótima densidade natural. Já em cabelo liso, o resultado do transplante capilar também é bom e satisfatório, só que precisa realizar dois procedimentos nesse caso ³.
A qualidade e a resistência dos fios dura por tempo indeterminado, pois estão sujeitas a algumas características individuais ³:
- qualidade histológica da região doadora;
- fatores hereditários;
- regulação hormonal;
- envelhecimento.
A alopecia androgenética feminina é uma doença complexa que possui vários fatores envolvidos. Por isso, é mais difícil obter um único tratamento eficaz para todos ¹.
Por isso, é essencial que a mulher se comprometa com o tratamento indicado pelo médico para obter resultados mais rápidos e precisos. Esse processo vai além de medicamentos, técnicas e terapias utilizadas ².
Ele inclui, por exemplo, uma boa alimentação, prática regular de atividade física, controle do estresse, da ansiedade e da expectativa relacionada ao tratamento da calvície feminina ².
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1. Ribeiro, Luciana Gisele Melo. Tratamentos para alopecia androgenética feminina. (2017).
2. dos Santos Ribeiro, Laís, e Luciana Teixeira Gomes Miranda. Alopecia androgenética feminina. Revista estética em movimento 1 (2018).
3. Uebel, Carlos Oscar, et al. Follicular unit megasessions and platelet growth factors. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica 28 (2013): 156-164.