Em média, um adulto saudável de 70 kg, possui cerca de 0,1 g de cobre no organismo ³. Apesar de parecer uma baixa quantidade, saiba que essa medida é vital para o bom funcionamento do corpo.
Afinal, o cobre é o terceiro oligoelemento mais abundante no organismo, atrás apenas do ferro e do zinco. Ele é responsável por várias funções que afetam o metabolismo sanguíneo, energético, neurotransmissor, entre outros ¹,³.
Vamos descobrir qual a importância do cobre para nosso organismo e conhecer os sintomas da falta e do excesso desse mineral? Leia até o final e também conheça os alimentos ricos nesse micronutriente!
O que o cobre faz no organismo?
O cobre atua em vários processos biológicos, como a síntese de enzimas, a melhora da absorção do ferro, a homeostase sanguínea, entre outros ¹. A sua distribuição é praticamente igual em todo o organismo, porém, há uma maior concentração no fígado, nos ossos e nos músculos ¹.
O cobre é absorvido no estômago e no intestino, e sua absorção pode variar de 12 a 60% de acordo com os alimentos ingeridos e as condições de saúde da pessoa. Uma curiosidade é que o corpo adapta a absorção do cobre diante das necessidades fisiológicas ³.
Por exemplo, alguns estudos relatam que o organismo aumenta a quantidade de absorção caso haja carência desse mineral no corpo, assim como ao contrário. Isto é: se alguém consumir 10 vezes mais cobre do que o recomendado e não apresenta deficiência, o organismo absorve apenas 10% para se regular ³.
A eliminação do cobre no organismo ocorre principalmente pela bílis, porém ela acontece também por meio do cabelo, do suor, da urina e das fezes ³.
Os principais benefícios do cobre para a saúde
- regula a produção de energia durante a respiração das células ³;
- sintetiza proteínas como o colágeno e a elastina, sendo fundamental para o metabolismo dos tecidos conjuntivos ²,³;
- atua na produção do neurotransmissor noradrenalina ³;
- sintetiza o pigmento melanina ³;
- contribui na defesa do corpo contra radicais livres por ter ação antioxidante ³;
- é responsável pela absorção e a metabolização de ferro no organismo ³;
- formação de glóbulos vermelhos e dos ossos ⁴.
Falta de cobre no organismo: o que acontece?
Pode ficar despreocupado, pois a falta de cobre no organismo dificilmente acontece em pessoas saudáveis. Ela costuma aparecer mais em bebês com anomalias genéticas (Síndrome de Menkes), desnutrição ou com excesso de diarreia e em indivíduos que ⁴:
- possuem alguma doença que resulte em má absorção de nutrientes;
- fizeram bariátrica (cirurgia para perda de peso);
- consomem excessivamente zinco, que atua contra a absorção de cobre no corpo.
A falta de cobre pode desencadear algumas doenças e distúrbios, como anemia, leucopenia, neutropenia e a síndrome de Menkes ¹.
A síndrome de Menkes é uma doença genética degenerativa que causa distúrbio na absorção de cobre e costuma aparecer em bebês de até três meses idade, do sexo masculino ². Ela causa deficiência intelectual progressiva, deformações ósseas, hipotermia, falta de pigmentação, cabelo ralo e artérias frágeis ²,⁴.
Sintomas da deficiência de cobre
Apesar de não ser comum a falta de cobre no organismo, é importante estar atento aos sintomas para entender como está a sua saúde ⁴:
- fadiga;
- fraqueza muscular;
- anemia;
- osteoporose;
- distúrbios no nervos;
- confusão mental;
- irritabilidade;
- redução da coordenação motora;
- depressão leve;
- perda de sensibilidade nas mãos e nos pés.
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O que causa o excesso de cobre no organismo?
Assim como a falta, o excesso de cobre no corpo pode acontecer ao longo da vida ou ser um fator hereditário, que, nesse caso, manifesta-se por meio da doença de Wilson ⁵.
A ingestão acima da quantidade recomendada é rara, até porque o organismo regula o equilíbrio desse mineral no corpo, lembra? Mas, há casos de consumo excessivo em pessoas que comem bastante alimentos ácidos ou bebem água proveniente de canos e válvulas antigas, que são feitos de cobre e acabam soltando partículas ⁵.
A ingestão aumentada de cobre pode causar doença de Wilson, cirrose hepática ³, danos aos rins, redução da produção de urina, anemia, disfunção em núcleos cerebrais, colapso vascular, cancro etc ²,³,⁵.
Indivíduos fumantes, diabéticos ou que com doenças, como a arteriosclerose, possuem mais chances de apresentar níveis elevados de cobre no organismo ².
Os sintomas, geralmente, manifestam-se como diarreias, náuseas e vômitos ⁵.
Como repor o cobre no organismo?
É fácil repor o cobre no corpo, sabia? Ele está presente em vários alimentos, além disso, são necessários apenas 90 microgramas por dia para suprir as necessidades metabólicas de um adulto saudável ⁶.
Já gestantes precisam de 1.000 microgramas e as lactantes, de 1.300, segundo o Ministério da Saúde ⁶.
As maiores fontes de cobre são ²:
- nozes;
- legumes secos;
- cereais;
- frutos secos;
- peixes;
- carnes.
É importante destacar que a biodisponibilidade do cobre nos alimentos pode variar de acordo com as técnicas agrícolas aplicadas e os hábitos alimentares de cada pessoa. Além do tipo de produto, das condições de cultivo, do tipo de processamento, o uso de embalagens etc ³.
Como tratar a falta de cobre no organismo?
Além de reforçar o consumo dos alimentos que são fontes ricas de cobre, o tratamento da deficiência desse mineral inclui a identificação da causa para também curá-la, suplementação alimentar oral ou, em casos mais graves, injeção subcutânea ⁴.
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Como tratar o excesso de cobre no corpo?
Já o excesso de cobre no organismo exige outras formas de tratamento, como o bombeamento do estômago, lavagem estomacal, injeção intramuscular, penicilamina via oral ou hemodiálise para filtrar o sangue ⁵.
Ou seja, é vital para a saúde humana entender a importância de todos os nutrientes para o funcionamento adequado do organismo. Basta uma substância faltar para que o corpo entre em desequilíbrio e abra espaço para o desenvolvimento de doenças e sintomas que atrapalham a qualidade de vida.
Com certeza você já aprendeu os benefícios do cobre no organismo e também que, assim como vitaminas e outros minerais, ele precisa de outros elementos para manter as suas funções ativas, certo? Por isso, leia mais posts no nosso blog e saiba como cuidar da sua alimentação:
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Cavalcante MTBS, et al. Metabolismo, distúrbios e exames laboratoriais relacionados ao cobre. Anais da Mostra de Biomedicina da Unicatólica. 2017; 2(1).
Semedo MFFR. Importância médico-legal dos metais essenciais: cobre e zinco. Porto. Dissertação [Mestrado em Medicina Legal] – Universidade do Porto. Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar; 2014.
Delgadinho, M. J. C. (2014). Distúrbios do metabolismo do cobre, ferro e zinco (Doctoral dissertation, [sn]).
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução-RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005