A reposição hormonal causa muitas dúvidas entre homens e mulheres, ocasionando um desconforto desnecessário por manter sintomas da andropausa ou menopausa de forma mais intensa e prolongada sem tratamento ou acompanhamento médico ¹,².
E ainda há um fator que gera dúvidas e dificulta o correto diagnóstico de homens e a indicação da terapia de reposição de hormônios para eles: não há nenhum evento concreto que mostre a chegada do climatério como há nas mulheres com a interrupção da menstruação ².
Tanto no homem quanto na mulher é necessário pensar em alternativas de reposição de hormônios durante o envelhecimento e o climatério, que reduzem a produção de estrogênio e testosterona ².
Vamos saber quais são elas? Leia até o final e descubra como é feita reposição hormonal, para que serve, seus principais benefícios e riscos e para quem é indicado o consumo de hormônios. Boa leitura!
O que é terapia de reposição hormonal?
A terapia de reposição hormonal (THR) é o consumo de testosterona, estrogênio e/ou progesterona a fim de repor a quantidade necessária no organismo para manter o seu bom funcionamento e a saúde durante o envelhecimento. Ela é feita de forma individual, podendo combinar hormônios para melhor eficácia do tratamento ¹.
A hormonioterapia surgiu em 1942 e, em 1960, se tornou popular pelo médico Robert Wilson que associou a sua prática ao rejuvenescimento. Porém, seu uso aumentou apenas em 1990, impulsionado por mulheres adeptas à compensação de hormônios ¹.
Atualmente ela ganhou destaque na mídia por ajudar a reduzir os sintomas da andropausa e da menopausa ².
Para que serve a reposição hormonal?
A administração de hormônios serve, de modo geral, para ambos os sexos reduzirem ou eliminarem sintomas do climatério, como calor intenso, secura e atrofia vaginal, ressecamento da pele, perda da densidade óssea e da força muscular, baixa libido, depressão, fadiga excessiva, irritação, dificuldade cognitiva e disfunção erétil ¹,²,³.
Além disso, ela serve para auxiliar a prevenção de doenças cardiovasculares, o desenvolvimento de osteoporose e sarcopenia e o ganho de peso associado ao processo de envelhecimento ¹.
A principal indicação da reposição hormonal na menopausa é o tratamento de sintomas. Ele se torna ainda mais eficiente na peri e na pós-menopausa ¹. Um exemplo da eficácia dessa terapia com hormônios é a pesquisa publicada pela Cochrane Library, que revelou que 75% das mulheres que tomam suplementos tiveram queda nos picos de calor ¹.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a principal finalidade da reposição de hormônios em homens é manter a quantidade de testosterona mais próxima aos níveis fisiológicos ⁵.
Vantagens da reposição hormonal
Existem muitas vantagens da reposição hormonal feminina e masculina: auxílio no tratamento e na prevenção de osteoporose e outras doenças (como diabetes e hipertensão), na redução dos sintomas do climatério, no aumento da libido, na redução da depressão e da insônia e na melhora da qualidade de vida social e intelectual ¹,²,⁴,⁵.
Estudos comprovam que a reposição de hormônios oferece muitos benefícios à mulher na menopausa, especialmente quando falamos sobre a osteoporose. Isso porque o estrogênio atua diretamente na mineralização dos ossos e, quando em baixa no organismo, impacta a densidade mineral dos ossos ¹.
Essa reposição pode ser feita apenas com estrogênio ou combinando-o com progesterona. Cada caso deve ser analisado por um médico especialista ¹.
Outros benefícios da terapia de reposição hormonal é diminuir as chances de desenvolver câncer de cólon, diabetes tipo I e alta concentração de gordura no abdômen e nas partes periféricas do corpo ¹. Ou seja: repor hormônios não engorda!
E mais: a reposição de hormônios ajuda a dormir melhor, reduzindo transtornos do sono, como a insônia ¹.
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Vantagens para os homens
Já para os homens, as maiores vantagens de repor a testosterona é que ela ajuda a conter os danos causados pelos radicais livres, retardando os efeitos do envelhecimento, e a melhorar o desempenho sexual ². E mais:
- regulação do humor ⁴;
- ganho de força e massa muscular ⁴;
- redução dos sintomas da andropausa ⁴;
- ajuda a manutenção dos ossos e da composição corporal ⁵;
- melhora a libido masculina ⁵;
- melhora o desempenho cognitivo proveniente da idade mais avançada ⁵;
Desvantagens da reposição de hormônios
Alguns estudos relatam que nem todas as pessoas podem tomar a mesma dose de hormônios e, por isso, é necessária uma investigação médica para evitar determinados efeitos colaterais ¹. Isso porque a administração de hormônios pode causar nas mulheres:
- doenças coronarianas ¹;
- aumento dos riscos para o desenvolvimento de demência ¹;
- câncer do endométrio e de mama ¹;
- trombose ¹.
Nos homens, há riscos de:
- câncer de próstata ⁵;
- doenças cardiovasculares ⁵;
- policitemia ⁵;
- apneia do sono ⁵;
- reações cutâneas com uso de adesivos de hormônios ⁵;
- aumento de acnes e oleosidade da pele;
- maior crescimento dos pelos do corpo ⁵.
Isto é: procure um médico para ajustar a dose recomendada de acordo com sua idade, condições de saúde e estilo de vida.
Como é feita a reposição hormonal?
A administração de hormônios é feita com o uso de medicamentos que possuem estrogênios, progesterona ou testosterona. Eles são encontrados na forma de comprimido, adesivo, creme e anel vaginais, injeção, gel e até implante ¹,⁴. Cada método difere entre homens e mulheres e deve ser recomendado por um médico.
A escolha da forma de administração dos hormônios é analisada de forma minuciosa pelo especialista e realização de exames específicos. Ou seja, o método mais indicado e sua duração de uso depende da idade, do nível de deficiência do hormônio no organismo, das condições de saúde, do estilo de vida etc ¹,⁴.
Além disso, é necessário entender como o paciente vai se adaptar a cada via de administração ⁴.
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Quem deve repor hormônios?
Quem deve repor hormônios são as mulheres e os homens que apresentam nível abaixo do recomendado de hormônios, como o estrogênio, a progesterona e a testosterona. Essa queda hormonal pode vir (ou não) acompanhada por sintomas da menopausa e da andropausa ¹,⁵.
Contraindicações de repor hormônios
Para as mulheres:
- Câncer hormônio dependentes ¹;
- trombose (doença que afeta a função das plaquetas) ¹;
- doenças cardiovasculares e hepáticas ¹;
- obesidade ¹;
- após cirurgias ¹;
- mastopatia funcional ¹;
- presença de miomas e cistos de ovário ¹.
Para os homens:
- câncer de mama masculino ⁴;
- apneia do sono considerada alta e severa ⁴;
- infertilidade ⁴;
- câncer de próstata e hiperplasia prostática benigna com fortes sintomas ⁴.
Ressaltamos que não basta só fazer a reposição hormonal: é fundamental adotar uma rotina saudável para que o corpo fique protegido dos efeitos do envelhecimento. Isso envolve alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, boas noites de sono e evitar o hábito de fumar e de consumir bebidas alcóolicas ¹.
FAQ
Quem deve fazer reposição hormonal?
As mulheres e os homens que apresentarem baixos níveis de hormônio testosterona, estrogênio e progesterona. Ou então deve-se procurar um médico quando já tiverem mais de 40 anos e apresentarem sintomas relacionados à menopausa ou andropausa.
O que a reposição hormonal pode causar?
A reposição de hormônios oferece benefícios, como prevenção de osteoporose e perda de densidade óssea e força muscular, redução de sintomas do climatério, aumento da libido, diminuição de insônia e depressão e melhora da qualidade de vida social e intelectual de forma geral.
Por outro lado, ela apresenta alguns riscos caso feita de forma errada: aumento das chances de desenvolver doenças coronarianas, demência, câncer de mama e do endométrio, trombose, câncer de próstata, apneia do sono, aumento de acnes etc.
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1. da Silva, M. M., de Castro Bueno, R. G. P., Maciel, M. S. P., de Castro Freitas, R. M. C., & Marcelino, T. P. (2019). Evidências contemporâneas sobre o uso da terapia de reposição hormonal. Brazilian journal of health review, 2(2), 925-969.
2. de Felippe Junior, J. Reposição Hormonal no Homem: Testosterona e DHEA.
3. Xavier, F., & Lyra Filho, P. J. Hormônios, sexualidade e envelhecimento masculino.
5. Martits, A. M., & Costa, E. M. F. (2005). Benefícios e riscos do tratamento da andropausa. Revista da Associação Médica Brasileira, 51, 67-70.