O diabetes é considerado uma epidemia mundial e traz desafios para os sistemas de saúde de todos os países. Por isso, há uma enorme preocupação em detectar o pré-diabetes para evitar o desenvolvimento da doença e reduzir a taxa de mortalidade causada por ela ²
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, em 2025, o mundo terá 350 milhões de diabéticos. E esse aumento de portadores da doença é causado por motivos variados, como o envelhecimento da população, a adoção de um estilo de vida desequilibrado, má alimentação e a obesidade ².
Mas, afinal, o que é pré-diabetes? Ele pode evoluir para diabetes ou tem como evitar a tão temida doença? Quais são os sintomas? O que fazer para prevenir e tratar? Continue a leitura e saiba mais!
O que é pré-diabetes?
O pré-diabetes é o estado anterior da diabetes em que a pessoa apresenta maiores riscos de desenvolvimento da enfermidade, como a alteração da glicemia em jejum (GJA) e a redução da tolerância à glicose (TDG), principalmente se esses dois fatores estiverem combinados ¹.
Portanto, quem apresenta essas duas condições faz parte do grupo chamado de pré-diabetes. Cerca de 25% das pessoas nessa situação desenvolvem o diabetes mellitus (tipo II) em três a cinco anos ¹.
Em outras palavras: ele é considerado um estágio intermediário da doença. Pois os níveis de glicose estão alterados significativamente e não podem ser considerados normais, porém não se encaixam no diagnóstico do grupo de diabéticos ¹.
E o diabetes, o que é?
O diabetes é uma doença metabólica que apresenta hiperglicemia e disfunções e insuficiência de órgãos, principalmente dos olhos, dos rins, dos nervos, do cérebro, do coração e dos vasos sanguíneos ².
A consequência é a deficiência do funcionamento da secreção e/ou ação da insulina no corpo, como a destruição de células do pâncreas, resistência à insulina, distúrbios da secreção etc ².
Os tipos de diabetes são ²:
- Diabetes tipo 1: leva à deficiência total de insulina, precisando adquirir essa secreção por meio de medicamentos para evitar cetoacidose, coma e morte;
- Diabetes tipo 2: é a deficiência relativa de insulina. O uso de medicamento de insulina, nesse caso, é para controlar o quadro hiperglicêmico;
- Diabetes gestacional: é a hiperglicemia durante a gravidez, que possui várias intensidades. Geralmente ela é estabilizada após o parto, podendo retornar alguns anos depois.
Quais são os sintomas do pré-diabetes?
Os sintomas do pré-diabetes nem sempre aparecem. Até porque a doença, na maior parte dos casos, é assintomática e só é descoberta em exames realizados em pessoas que são consideradas grupos de risco ².
Porém, a doença é associada atualmente a alguns sintomas, como ¹:
- retinopatia: danos aos vasos sanguíneos que ficam na região posterior do olho, na retina;
- nefropatia: alteração do funcionamento dos vasos sanguíneos dos rins;
- neuropatia: doença que afeta os nervos periféricos, incluindo a deficiência e a perda da sensibilidade e/ou da motricidade (movimentos).
Como prevenir o diabetes?
É muito importante saber formas de prevenção e de retardamento da doença, afinal, ela é considerada grave, podendo levar a pessoa à morte ¹.
Os principais fatores de prevenção do diabetes e do pré-diabetes são:
- prática regular de exercícios físicos ¹;
- perda de peso e/ou cirurgia bariátricas em casos de obesidade ¹;
- consumo de medicamentos específicos ¹;
- adoção de uma dieta saudável, rica em fibras, com moderada restrição energética e corte de alimentos com gorduras ².
A American Diabetes Association (ADA) recomenda que haja uma redução de peso de 5 a 10% e a prática de atividades físicas moderadas por, no mínimo, 150 minutos por semana ¹.
Outras pesquisas constataram que a mudança do estilo de vida é extremamente necessária, principalmente em pessoas que são consideradas de alto risco (menor tolerância à glicose): indivíduos que adotaram hábitos saudáveis reduziram 58% as chances de desenvolver o diabetes durante três anos ².
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Exames para diabetes
Para prevenir a evolução da doença é necessário realizar exames periódicos. Eles são chamados de rastreamento e feitos em pessoas do grupo de risco ¹:
- com sobrepeso (IMC ≥ 25 kg/m2);
- sedentárias;
- com familiar de primeiro grau com diabetes tipo 2;
- pertencentes a grupos étnicos de maior risco, como afro-americanos, latinos, índios, asiáticos e moradores das ilhas do Pacífico;
- gestantes com feto com ≥ 4 kg ou com diabetes gestacional;
- com hipertensão arterial ou que usam anti-hipertensivo;
- com alteração no nível de colesterol HDL (≤ 35 mg/dL) e/ou triglicerídeos (≥ 250 mg/dL);
- mulheres com síndrome dos ovários policísticos;
- com obesidade mórbida que apresenta resistência à insulina;
- com histórico de doença cardiovascular.
Os exames mais comuns são a GJA, glicemia depois de oito horas em jejum; a TTG, teste oral de tolerância à glicose; glicemia casual; e a hemoglobina glicada (HbA1c) ¹.
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Tratamentos e dieta para pré-diabéticos
A pessoa diagnosticada com pré-diabetes deve seguir algumas recomendações para evitar ou retardar a evolução da doença, como consumo de medicamentos e mudanças nos hábitos de vida ¹.
Além disso, é necessário incluir na rotina a prática constante de exercícios físicos para melhorar o controle metabólico, reduzir a necessidade de hipoglicemiantes, facilitar o emagrecimento em pessoas obesas, diminuir as chances de desenvolver doenças cardiovasculares e, claro, melhorar a qualidade de vida e o bem-estar diários ².
Portanto, a adoção de um estilo de vida que priorize os exercícios físicos é vital para o controle do pré-diabetes. Estudos comprovam a eficácia de atividades de condicionamento físico pelo menos duas vezes na semana e de resistência muscular, três vezes por semana ².
Por último, mas não menos importante está a dieta para pré-diabéticos. Ela deve ser indicada por um médico especialista ou um nutricionista, seguindo os princípios básicos de uma alimentação saudável ²:
- a quantidade energética consumida deve ser ajustada ao gasto promovido pela atividade física e fracionada em cinco a seis refeições e lanches por dia;
- em um dia, deve-se ingerir de 50 a 60% de carboidratos, na maioria em forma complexa;
- inserir alimentos ricos em fibras, como frutas, legumes, verduras, feijões e cereais integrais;
- a dieta diária deve incluir, no máximo, 30% de gordura e não exceder 300 mg de colesterol;
- evitar o consumo de açúcar comum (sacarose). Se o pré-diabético e o diabético consumir, deve se limitar a 20 a 30g por dia;
- reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e, quando ingeri-las, que seja de forma moderada e com as refeições. O limite por dia de álcool é de 10 a 20g.
- uso moderado de adoçante, como ciclamato, sucralose, sacarina, aspartame, acesulfame e stévia.
Ou seja, é possível adotar hábitos diários para prevenir o pré-diabetes e também reduzir as chances da doença evoluir para alguns dos tipos de diabetes. Além disso, uma alimentação rica e balanceada e a prática de exercícios físicos são recomendadas para a manutenção da saúde física e mental.
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1. Souza, Camila Furtado de, et al. Pré-diabetes: diagnóstico, avaliação de complicações crônicas e tratamento. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia 56 (2012): 275-284.
2. Caderno de Atenção Básica n° 16: diabetes mellitus. Ministério da Saúde. Brasília, 2006.