Você já ouviu falar em apneia obstrutiva do sono (AOS)? Imagine que você se deitou para dormir e logo pegou no sono. Mas, de repente, acordou com uma falta de ar momentânea.
Esse episódio se repetiu algumas vezes durante a noite e, ao acordar, você se sentiu mais cansado do que quando foi dormir.
Isso é a apneia obstrutiva do sono ou apneia noturna, como também é chamada, um tipo de distúrbio do sono que pode trazer consequências ruins para a saúde a longo prazo.¹
Se você se identificou com o exemplo acima, continue lendo para entender mais sobre essa condição, seus riscos e como tratar.
O que é apneia obstrutiva do sono?
A apneia é um distúrbio do sono caracterizado por breves paradas respiratórias durante a noite.¹
Essa falta de ar pode ser total ou apenas uma redução, mas em ambos os casos o fluxo respiratório sofre alterações.¹
A AOS pode ser classificada em leve, moderada ou grave, dependendo de quantas vezes a pessoa sente falta de ar no período de uma hora.¹
Essas pausas são chamadas eventos, e a média utilizada para diagnóstico é:¹
- Leve: 5 a 14 eventos em uma hora;
- Moderado: 15 a 29 eventos em uma hora;
- Grave: 30 ou mais eventos em uma hora.
Esse distúrbio pode ser causado por condições médicas ou devido à estrutura física da pessoa, como veremos a seguir. ¹
O que causa a apneia obstrutiva do sono?
Existem algumas doenças e condições que são consideradas fatores de risco para o desenvolvimento da AOS.¹
Esse é o caso da obesidade e alguns distúrbios endócrinos e neuromusculares, por exemplo.¹
A apneia também pode ser explicada pela formação física do organismo, como em pessoas que possuem algumas síndromes genéticas.¹
Obesidade
O excesso de gordura corporal é um dos principais fatores para a AOS.²
Isso porque, ao se deitar, o corpo da pessoa obesa pode provocar uma pressão na região do pescoço, obstruindo total ou parcialmente as vias aéreas.²
Esse estreitamento pode influenciar no fluxo respiratório, causando a falta de ar.²
Distúrbios endócrinos e neuromusculares
Problemas endócrinos, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e o hipotireoidismo podem levar ao aparecimento dos sintomas da apneia.¹
Além disso, distúrbios neuromusculares são outro fator de risco, já que mudanças na troca de informação entre o cérebro e a musculatura do sistema respiratório podem causar a falta de ar.¹
Síndromes genéticas e alterações físicas
Por fim, qualquer questão física que cause o estreitamento total ou parcial das vias aéreas pode causar a AOS. Por exemplo:¹
- Magroglossia (língua maior que o normal);
- Micrognatia (queixo menor que o normal);
- Amígdalas grandes;
- Malformações faciais, etc.
Além dessas causas, a apneia também pode acontecer devido ao consumo excessivo de álcool, gravidez, congestão nasal e tabagismo (aumenta 3 vezes o risco de desenvolver apneia), entre outros.²
Como saber se eu tenho apneia obstrutiva do sono?
O ronco alto é o principal sintoma da apneia e um forte indicativo do distúrbio.¹ Além disso, pessoas com AOS podem acordar durante o sono algumas vezes com a sensação de asfixia, devido à falta de ar momentânea.²
Ainda assim, você precisa considerar quando falamos em sintomas da apneia obstrutiva do sono:1,2
- A pessoa pode ter AOS e não saber porque não acorda durante os eventos nem divide o quarto com outra pessoa;
- Nem todo mundo que ronca possui apneia. Apesar de ser um sinal forte do distúrbio, pessoas sem AOS também podem roncar;
- Sintomas que indicam que você está dormindo mal como fadiga, sonolência diurna, despertares noturnos, dor de cabeça ao acordar podem indicar apneia e outros distúrbios do sono.
Por isso, ao menor sinal de que você está sofrendo com apneia, o indicado é procurar um profissional da saúde para diagnosticar e iniciar o tratamento.
Qual o tratamento para apneia obstrutiva do sono?
Existem uma variedade de tratamentos para AOS disponíveis atualmente, e a indicação irá depender da causa do distúrbio.
No caso da apneia devido a obesidade, por exemplo, que é o quadro mais comum, o tratamento consiste na perda de peso. Assim, à medida que a pessoa diminui a gordura corporal, os episódios de apneia costumam cessar.²
Já para casos originados de distúrbios neuromusculares e endócrinos, o controle ajuda a reduzir a AOS. Esse é o caso do tratamento para SOP, por exemplo, que quando controlado irá diminuir o problema.²
Há também casos em que são indicadas cirurgias, como a de reposicionamento de queixo, para quem possui essa alteração física.²
Nos cenários mais graves, pode ser indicado o uso do CPAP, um aparelho que funciona como uma máscara de oxigênio, ajudando a levar o ar até os pulmões evitando alterações no fluxo respiratório.³
Quais são os riscos da apneia?
Agora que você sabe o que é, as causas e os sintomas da apneia obstrutiva do sono, deve estar se perguntando quais os riscos desse distúrbio do sono.
Afinal, estamos falando de uma condição que mexe com a respiração, portanto, é normal ter dúvidas quanto aos perigos.
Para começar, você deve entender que a apneia em si não leva a pessoa a óbito. Ou seja, ninguém irá morrer durante uma breve pausa na respiração durante o sono.²
O problema da apneia é a longo prazo: à medida em que os episódios continuam acontecendo, o transtorno noturno pode levar ao desenvolvimento de condições letais.²
Por exemplo:²
- Acidente Vascular Cerebral (AVC);
- Epilepsia e convulsões;
- Distúrbios neurológicos;
- Alterações cognitivas;
- Alterações na estrutura dos vasos sanguíneos;
- Doenças neurodegenerativas; entre outros.
São esses problemas que podem colocar a vida em risco. Por isso, ao menor sinal de que você está enfrentando uma apneia noturna, o indicado é procurar por um médico para receber o diagnóstico.
Esperamos que este conteúdo tenha sido útil para você. Se respondeu suas principais dúvidas sobre apneia obstrutiva do sono, aproveite para compartilhá-lo com outras pessoas. Afinal, informação importante nunca é demais!
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